quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RELATOS DA MINHA ÚLTIMA SEMANADA

(Publicado no Jornal Cidadela em 09/09/2010)



Esse texto foi escrito ainda sob a ressaca da minha última semanada, que incluiu o feriadão, portanto, não reparem em eventuais equívocos.

Bem, desde o dia primeiro de setembro estou em Balneário Camboriú, mas não em férias ou passeio (quem me dera), mas a trabalho. É verdade, dando um duro danado trabalhando.

Contatos que realizei durante os meus 22 dias que passei estagiando no Rio de Janeiro no último mês de maio, conjugada com a minha formação de arquiteto e agora também com a de consultor imobiliário, me rendeu uma contratação temporária junto à empresa GSP Loteamentos (www.gsp.com.br), a maior empresa lotea-dora do país com sede na cidade de Ourinhos (SP), para trabalhar no pré-lançamento de um condomínio de alto padrão, mais especificamente, o Condomínio Parque do Lago – eco village, com exclusivos 179 lotes. Chique do último.

Para iniciar, estou hospedado na Pousada do Marquês (www.pousadadomarques.com.br), pousada 5 estrelas, na bucólica e agreste praia das Taquaras. Da minha sacada vejo o mar que inspira o iniciar do meu dia, e me relaxa no fim da exaustiva jornada diária de trabalho.

Do dia primeiro até o dia 03, estive em treinamento, juntamente com os demais membros da equipe (tem gente de Curitiba, São Paulo e Salvador, além dos locais, é claro), para conhecer melhor as particularidades do produto a ser divulgado e, obviamente, a ser vendido. Outra tarefa que tive de me virar rápido era a de cumprir com a minha cota de convidados vip`s para o evento que seria realizado do dia 04 ao dia 07, no Tedesco Marina Garden Plaza (www.tedescomarina.com.br).

O evento, o 3º. Festival Náutico incluía também a feira de serviços, imóveis e carros de luxo. Tal festival já é considerado o maior do sul e o terceiro maior do país, despertando o interesse de clientes de várias cidades brasileiras e também do exterior.

Durante o a feira o ritmo era alucinante. Cotas a serem cumpridas, clientes e mais clientes para serem atendidos. Uns educados, outros nem tantos e outros que se achavam demais importantes.

Eu perguntava: Bom dia, qual o seu nome? Aí vinha a resposta: Dr. Fulano de tal.

Ai meu Deus! Será que por detrás daquelas fachadas não teria alguém com a cueca furada, só tirando onda e me fazendo desperdiçar energia e o meu tempo?

Era engraçado ver os bacanas com seus chapéus de palha panamenha, alguns fumando cachimbos outros charutos, e as madames com seus exagerados números de adornos dourados (se eram todos de ouro eu não sei).

O pavilhão a nossa frente era os de carros de luxo. Volta e meio eu levava um susto com o barulho ensurdecedor de uma Ferrari que estava em exposição. Veja só, os caras querendo vender um carro com escapamento furado.

No nosso estande, a trilha sonora era o doce som dos estampidos do abrir das diversas garrafas dos frisantes Casa Valduga e Salton Lunae

Não pude almoçar durante os quatro dias de evento. Minha alimentação era o que tinha no regabofe que foi arregado de requintados canapés. Canapés de não sei o que de siri, não sei o que de camarão, caviar preto, caviar vermelho, e eu doido por um feijão com arroz.

Nos pouquíssimos momentos para falar coma família, me dedicava em ir até a margem do canal e ficava contemplando aquelas lanchas e iates maravilhosos com seus potentes motores de popa. Muito bonito, mas não gostaria de ter um se pudesse. Prefiro ser amigo de quem tenha o seu.

A nossa recepcionista thutcuca que tinha a função de distribuir os primeiros materiais de trabalho pelos corredores, levou um montão de cantada de caras que momentos depois passavam com a esposa a tiracolo.

Meu, mordomia total e eu ainda recebendo. Aqui é a cidade das oportunidades e negócios com retorno rápido para quem tem os contatos certos.

O trabalho que desenvolvi resultou em elogios pelo presidente da empresa e, ainda, como bônus, recebi uma proposta formal de trabalho daquelas de que quem tem mais de 40 anos não pode recusar. O aceite definitivo terá que passar pelo crivo de quem manda em mim, a minha querida esposa. Caso ela aceite as condições, aceitarei a proposta.

Hoje, quarta feira dia 08, estou aqui de plantão na se-de da empresa em Balneário Camboriú, dando seqüência aos negócios na feira iniciados, e com data de retorno ainda indefinida, pois tenho que re-contactar todos os clientes e triar quais deles são realmente clientes em potenciais para a seqüência do trabalho.

Meio a um atendimento e outro, escrevo estas linhas vivenciando uma realidade bem diferente da maioria de nós, tanto no sentido da velocidade em que as coisas acontecem (e que têm que acontecer), bem como vendo a facilidade em se fechar negócios envolvendo milhares de reais, mas sem esquecer das florzinhas do seu Fillipin.

Até a volta à nossa querida terrinha.

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.

Cel: 9978-0960

e-mail: luizroberio@globo.com
Twitter: @LuizRoberio
MSN: luizroberiodias@hotmail.com

QUEM SABE COM ESTA IDÉIA, NÃO SE CONSEGUE FINALMENTE CONCLUIR A RODOVIÁRIA?

(Publicado no Jornal Cidadela em  02/09/2010)


Em dezembro último, solicitei a uma técnica da secretaria de infraestrutura, a realização de um inventário completo dos terrenos vazios da prefeitura. Até então, ninguém sabia ao certo quantos eram, qual a área total do estoque de terras do município e tão pouco onde se localizavam.

Toda vez que era preciso localizar um terreno para estudo de viabilidade de algum projeto, era uma verdadeira epopéia. Coloquei um ponto final nisso.

A conclusão do inventário apontou para 52 terrenos (vazios, fora outros com construções que não eram objeto do inventário), com áreas a partir de 220,40m² a 11.272,88m² em diferentes pontos do município, totalizando uma metragem quadrada de 68.506,78m².

Agora sim, temos um cadastro confiável do estoque de terras da municipalidade. Agora é só dar seqüência no cadastramento e baixa no estoque para continuar o controle de forma organizada, e não se perder o exaustivo trabalho de consultas a plantas e cartório.

Há poucos meses atrás assistindo uma das sessões da câmara pela TV, vi quando o executivo solicitou ao legislativo, autorização para contrair um financiamento bancário (não me lembro agora exatamente o valor, mas isso não importa agora), me ocorreu uma idéia mas não sei se seria possível de ser executada, pois teria que consultar a procuradoria jurídica da prefeitura para ver da sua viabilidade.

Bem, a idéia seria a seleção de alguns terrenos não estratégicos para o município constantes deste inventário que realizamos, para a realização de um leilão a fim de levantar recursos, assim como é feito com os inservíveis de órgãos públicos e, dando um exemplo concreto, como fora feito com as máquinas velhas do parque de máquinas.

Deixar os terrenos ociosos como estão, é deixar a possibilidade de, aos poucos, serem invadidos o que não é impossível, face à “eficiência” do poder público, então porque não tornar alguns deles de bens passivos em ativos, que rendam alguma coisa?

Bem, considerando a legalidade do ato, os recursos auferidos com o leilão de uma meia dúzia de uns três ou quatro terrenos (forma de se expressar), penso que seria o suficiente para levantar um montante de uns R$ 2 milhões.

Assim, com este montante e livre de financiamentos bancários, de convênios com os governos estadual e federal, bem como sem necessitar de emendas de algum parlamentar que sempre aparece como o pai da criança, situações estas que têm sido o status quo das administrações convencionais, o executivo poderia muito bem e, por conta própria, usar estes recursos destinando-os a várias ações ou realizar uma grande obra em benefício da sociedade.

Veja, assim como na TV existem as novelas das 2h, da 6h, das 7h e das 9h, Joaçaba, infelizmente, também tem as suas novelas. É a novela da zona azul, do silveirão, da falta de espaço na área industrial, do cemitério, do quartel dos bombeiros no aeroporto, do plano diretor, e, entre tantas outras, existe também a da rodoviária.

Pois bem, como dito, a prefeitura poderia aplicar os recursos auferidos com o leilão das terras, por exemplo, na novela da rodoviária, especificamente para a execução da parte externa ao prédio (estacionamentos, floreiras, pavimentação, acessos, etc), e entregá-la devidamente concluída, em pleno funcionamento e em um curto prazo de tempo a sociedade, pois quanto mais demorar, menor ela vai ficar, já que vai nascer pequena, assim tem sido dito por aí.

Eu sei que o prefeito, de um jeito ou de outro, irá conseguir os recursos necessários para sua conclusão (se já não os tiver em mãos), mas entendo também que sem ações não-convencionais, inovadoras e, principalmente, descomprometidas com possíveis forças ocultas, como esta parece ser, dificilmente se conseguirá o aumento significativo da arrecadação de verbas para ações importantes e necessárias ao município, por mais convencionalmente economia se faça.

Aos meus olhos de leigo em direito público (ou administrativo, sei lá), penso que com esta idéia que ora estamos apresentamos a vossa análise, seja uma solução clara, não onerosa (pois não há necessidades de contrapartidas), e rápida para esta importante infraestrutura do município, pois outras obras dependem da conclusão desta, como, por exemplo, a reutilização da antiga rodoviária em um novo centro funcional-administrativo da prefeitura, para escapar de alguns alu-gueres.

Sim, eu sei, estou ciente que ninguém pediu a minha opinião, mas como vivemos num pais onde seu regime de governo é a democracia, sinto-me na obrigação, enquanto cidadão preocupado em contribuir no desenvolvimento de seu município, em me manifestar e não se omitindo das responsabilidades que me cabem. Não tenho medo de acertar ou errar. Não fico em cima do muro. Contribuir para com uma cidade cada vez melhor, não se faz só ganhando salário.

Finalizando, eu sempre tive a impressão de que aquele trabalho todo para concluir o inventário das terras ociosas do município, poderia servir para outras finalidades além de tão somente sabermos quais são, onde estão e qual a metragem quadrada total disponível.

Quem viu coerência na idéia e gostou, levanta o dedo!

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.

Cel: 9978-0960
E-mail: luizroberio@globo.com
Twitter: @LuizRoberio
MSN: luizroberiodias@hotmail.com