segunda-feira, 26 de julho de 2010

Liderar líderes. Tarefa nada fácil, mas foi o que fiz.

(Publicado no Jornal Cidadela em 22 de julho de 2010)


Sim, é verdade, foi o que fiz no último ano e até a última quarta-feira, quando tivemos a mudança de diretoria do Rotary Club de Joaçaba. Passei o sino e o martelo ao meu amigo Maurício Omizzollo, que terá a responsabilidade de presidir nosso querido Club pelos próximos 365 dias. Desejo a ele e a sua diretoria, boa sorte, e contem sempre comigo.

Rapidamente, podemos explicar o que vem a ser o Rotary, como sendo "uma organização de homens e mu-lheres de negócios e profissionais liberais, unidos no mundo inteiro, que prestam serviço humanitário, que fomentam um elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a boa vontade e a paz no mundo".

O Rotary foi fundado em 23 de fevereiro de 1905, na cidade de Chicago (EUA), por Paul Percy Harris (advogado) e mais três amigos, a saber, Silvester Schiele (negociante de carvão), Gustavus E. Loehr (engenheiro de minas) e Hiram Shorev (alfaiate).

Paul Harris ao criar o Rotary, pretendia se reunir com os amigos para falar sobre mútuos problemas de negócios. Paul sentia que ao falar sobre assuntos que diziam respeito a cada um deles seria benéfico não só para si, mas à comunidade em geral. Seus amigos gostaram tanto da idéia que passaram a ter encontros semanais, quando a denominação Rotary foi definida a partir da prática de rotação das reuniões entre os seus respectivos sócios.

Um Rotary Club, como dito, é composto por empresários e profissionais (homens e mulheres) de determinada comunidade, e que tenham aceitado o Ideal de Servir como base para obter uma realização completa de suas vidas na esfera pessoal, profissional e comunitária. É uma instituição apolítica, não-religiosa, e aberta a todas as culturas, raças e credos, sem qualquer preconceito.

Este ideal de servir se expressa, simbolicamente, através dos lemas básicos "Dar de Si Antes de Pensar em Si" e "Mais Se Beneficia Quem Melhor Serve", que na prática, se transforma em ações humanitárias nos campos do desenvolvimento humano, da educação, da saúde (como a campanha Pólio-Plus iniciada em 1985, visando à erradicação da pólio no planeta), do saneamento básico e da defesa do meio ambiente.

Além dos dois nossos lemas supracitados, temos ainda como norte ético, a Prova Quádrupla adotada pelo Rotary em 1943, sendo que as suas perguntas devem ser de conhecimento de todos os rotarianos e por eles obedecidas em qualquer situação de suas vidas, quais sejam:
1. É a VERDADE?
2. É JUSTO para todos os interessados?
3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?
4. Será BENÉFICO para todos os interessados?

Neil Armstrong, Walt Disney, Thomas Edison, Bill Gates, Antonio Ermírio de Moraes são alguns exemplos de Rotarianos famosos.

No mundo, existem 1.428.761 Rotarianos(as) em 33.855 Clubs. Destes, 64.335 Rotarianos(as) estão divididos em 2.336 Clubs no Brasil.

Em nosso Club aqui em Joaçaba, fundado em 15 de março de 1951, que por sinal é muito tradicional, somos trinta. Vinte e sete companheiros e três companheiras, e com as portas abertas a líderes em seus segmentos que quiserem entrar nesta família, pois é assim como considero o Rotary Club. É só procurar um dos sócios para se informar como. Nossas reuniões acontecem toda quarta-feira, das 12:00h as 13:15h, na AABB.

Faço parte desta mencionada família desde junho de 2006, tendo como padrinho, o ex-vereador, professor universitário e publicitário, Jucelino Jorge Ferraz.

Neste ano de mandato, se não realizei tudo que gostaria, realizei tudo o que foi possível fazer. Muitas foram às ações de nossa diretoria, as quais podemos destacar, entre várias outras:
• Entregamos três jogos de agasalhos e três pares de tênis (um deles, doado de forma particular por um dos Companheiros), a alunas que praticam atletismo da Escola Rotary Fritz Lucht;
• Fui nomeado pelo Governador como membro da equipe distrital consultiva de Recursos Hídricos para o Rotary International;
• Participei do Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social (DQS) em Tangará;
• Participamos da festa de natal da APAE, onde contribuímos com alguma verba e caixas de bombons.
• Realizamos Festiva de final de ano do nosso Club, com entrega de presentes às crianças, filhos(as), parentes e convidados(as) de nossos sócios;
• Inscrevemos um projeto do Club junto a Eletrosul e conseguimos R$ 50.000,00 para aquisição de um novo equipamento de hemodiálise para a UTI do HUST;
• Recebemos seis intercambistas argentinos que ficaram conosco durante uma semana;
• Enviamos nossa Intercambista Srta. Patrícia Welter a Buenos Aires;
• Participei da Conferência Distrital do Rotary em Xanxerê;
• Organizamos a Festiva do dias das mães com entrega de mimos as mesmas.
• Realizamos o nosso tradicional bolão de palpites para a copa do mundo;
• Doamos 54 edredons novos a Creche Irmã Sheila;
• Tivemos, infelizmente, a baixa de três companheiros (uma delas pelo falecimento do Companheiro Nestor Furlan), mas em contrapartida, obtivemos quatro novos companheiros, já que a minha meta quando assumi eram três.

Antes de ter sido presidente, fui secretário e vice-presidente. Agora, após de transmitido o meu cargo de presidente ao meu sucessor, fui escolhido pelo nosso Governador de Distrito, como seu Governador Assistente responsável pelos Clubs de Concórdia, Joaçaba e Luzerna.

Como o companheiro e colunista lá da página 3, Adgard Bittencourt, bem sabe, não é tarefa nada fácil liderar líderes, mas com a valiosa contribuição dele e a dos demais Companheiros, é possível sim.

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.
9978-0960 ou luizroberio@globo.com
Twitter: @LuizRoberio

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Somos mesmos obrigados a rezar a bíblia dos outros?

(Publicado no Jornal Cidadela do dia 15/07/2010)


Não, esse artigo não tem nada a ver com religião, e sim com um tema muito perigoso e preocupante: O bullying.

Bullying é um termo inglês que, em linhas gerais, é utilizado para descrever os atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir a terceiro(s), incapaz(es) muitas vezes de se defender(em).

Como visto, o bullying nada mais é do que uma forma de violência. É o uso da força ou poder por parte do autor (agressor) contra a outra (agredido/vítima). Esse uso da força ou poder é constituído por um conjunto de comportamentos ou ações que podem ser físicas (que afeta o corpo) e/ou psicológica (que afetam a mente). O resultado dessa força ou poder pode ter impacto negativo e nocivo sobre o bem-estar e a saúde da vítima.

O bullying pode se dar no âmbito social, religioso, esportivo, político, no trabalho, e eu acrescentaria até mesmo nas famílias, entre outros meios.

Na verdade, o que quero abordar aqui é a questão do bullying no trabalho. O bullying laboral é uma forma de violência que nenhum trabalhador está livre de ser acometido. Tal violência pode se dar por parte de um gerente, um supervisor ou outro colega de trabalho qualquer.

Trata-se, portanto, de um comportamento que intimida, humilha e degrada o trabalhador e, muitas vezes com conseqüências para a família do mesmo. É um caso de saúde pública.

Tal conduta é indesejável e viola a dignidade dos trabalhadores. Cria um ambiente de trabalho intimidatório, hostil, degradante, humilhante, ofensivo, improdutivo e insalubre

Concretamente, podemos apresentar algumas formas de bullying:
• Negação de contatos pessoais (o agressor não atende, fala ou olha para o agredido);
• Atribui-lhe tarefas difíceis ou até impossíveis de serem executadas;
• Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
• Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material de trabalho, roupas, etc,   danificando-os;
• Espalhar rumores negativos sobre a vítima (boatos);
• Colocar a vítima em situação constrangedora com alguém (geralmente uma autoridade), ou conseguir uma pena disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo agressor;
• Fazer comentários depreciativos sobre a família do trabalhador, sobre seu local de moradia, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o agressor tenha tomado ciência;
• Expressões ameaçadoras;
• Fazer com que a vitima passe vergonha na frente dos colegas de trabalho;
• Calúnia, chantagem, perseguição e vingança.

Em muitas ocasiões, tal violência é tão sutil que somente a vítima é capaz de observar.

Como conseqüência, a vítima sente-se humilhada, desmotivada, incompetente, e pode desenvolver síndrome de stress traumático, ter pesadelos, ansiedade, perda de apetite, e várias outras conseqüências prejudiciais para si.

Trabalhadores sendo intimidados ou assediados, ou seja, agredidos, por vezes reagem a algo que parece relativamente trivial, mas que pode ser a última gota na seqüência de uma série de conseqüências.

Muitas vezes a vítima tem medo de represá-lias de denunciar a agressão. Os colegas podem ser relutantes em apresentarem-se como testemunhas, como também os mesmos podem ter medo das conseqüências para si próprios.

Mas será que a omissão, a permissividade, a conivência e a tolerância devem ser a regra para que não percamos nossos empregos?

Se o caso a seguir não fosse uma incrível coincidência e que aos olhos de quem não acompanhou a questão, achará que fui vítima de bullying, o que não é verdade, mas o ocorrido foi que no último dia 21 comentei publicamente que o plano diretor elaborado pela Unoesc deveria ser jogado no lixo, isso pois, ouvimos com freqüência de que o mesmo não atende aos empresários (os atuais e os novos), aos cidadãos e a nós, profissionais da engenharia e arquitetura que vivemos de projetos e obras. No dia seguinte a este comentário, fui demitido desta instituição sem qualquer explicação do(s) motivo(s), conforme prevê a CLT.

Todos devem ser tratados com dignidade e respeito no trabalho, dentro e fora dele. A intimidação, a agressão e a intolerância, não devem existir no âmbito das empresas sérias.

Entender o que constitui bullying laboral é importante na criação e manutenção de um ambiente de trabalho onde todos se sintam bem-vindos, produtivos e protegidos, ou será que temos mesmo que rezar a bíblia dos outros para não sermos vítimas desta forma covarde e desprezível de violência?

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.
9978-0960 ou luizroberio@globo.com
Twitter: @LuizRoberio

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Será que desta vez Santa Catarina terá uma governadora?

(Publicado no Jornal Cidadela de 08/07/2010)

Nunca na história desse estado tivemos uma mulher como a chefe maior do executivo estadual. Agora, e depois de meses de negociações (ou negociatas?), especulações, disses-me-disses, nomes que eram cabeças de chapas e depois não mais, cenário que apontava cinco grandes candidatos separados, enfim, no dia 5 último definiu-se o cenário político das eleições em Santa Catarina.

Ângela Amin (PP), Ideli Salvatti (PT), e Raimundo Colombo (DEM), em uma nova versão da tríplice aliança, são os principais concorrentes, no entanto ao todo teremos oito candidatos e o quadro geral assim ficou definido:

Coligações:
• “As Pessoas em Primeiro Lugar”
DEM, PMDB, PSDB, PPS, PSC, PTB, PTC, PSL, PRT
Governador: Raimundo Colombo (DEM)
Vice: Eduardo Pinho Moreira (PMDB)

• “A Favor de Santa Catarina”
PT, PR, PRB, PC do B, PSB, PHS, PRTB, PPL, PSDC
Governadora: Ideli Salvatti (PT)
Vice: Guido Bretzke (PR)

• “Aliança com Santa Catarina”
PP, PDT e PT do B
Governadora: Ângela Amin (PP)
Vice: Manoel Dias (PDT)

Chapas puras:
• PV
Governador: Rogério Novaes
Vice: Guaraci Fagundes

• PSTU
Governador: Gilmar Salgado
Vice: Rosangela Barreiros Rosa

• PSOL
Governador: Valmir Martins
Vice: Marcos Alves Soares

• PCB
Governador: Amadeu Hercílio da Luz
Vice: Valdelir Luiz

• PMN
Governador: Carmelito Smieguel
Vice: Nivio Nogueira Theodoro

Podemos observar que mais uma vez os ditos partidos “grandes” renegaram suas ideologias políticas dando espaço novamente às coligações “franksteinianas” misturando alhos com bugalhos, ou seja, partidos de esquerda com direita, partidos que ora são opositores e agora juntos, embolados e misturados, como se diz na gíria, visando tão somente estar no poder criando verdadeiros clusters na administração, ao invés de efetivamente ser o poder.

Em relação a coligações, minha posição pessoal para que você saiba, é que um partido deve concorrer com chapa pura exercendo e disseminando suas idéias, tendências e ideologias, como já fora um dia. Tolero coligações com partidos que se afinam na mesma linha, como por exemplo, os de direita, os de esquerda com os de esquerda, e os de centro com os de centro. Isso é básico.

Vejo que o maior vencedor desta primeira etapa, sem dúvida alguma, foi o Raimundo Colombo, pois conseguiu impor sua vontade de ser candidato ao governo do estado, e, principalmente por ter conseguido reeditar a tríplice aliança.

O PMDB do vice Eduardo Pinho Moreira que protagonizou uma discussão sobre uma possível falta de ética e fidelidade ao seu partido nas últimas semanas, entra na disputa, para variar, rachado. É por isso, que de uma forma ou de outra, o PMDB sempre “está” nos governos.

A candidata Ângela Amin do PP liderou praticamente todas as pesquisas até as definições das chapas. Fico curioso para saber qual(is) o(s) motivo(s) para que o PP tenha aglutinado um diminuto número de partidos em sua coligação. Vamos ver se a candidata Ângela conseguirá manter esse desempenho preliminar até as eleições.

Já o PT catarinense, vem na onda do Lula e da Dilma, movido a fome zero, PAC`s e etc. A ex-líder do governo no senado e candidata Ideli Salvatti, possivelmente estará junto com a Ângela num eventual segundo turno.

Em relação ao PSDB do atual governador, rodou e saiu da pista ficando (rachado) como coadjuvante na tríplice aliança, possivelmente em função do Pavan ter sido acusado de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional que lhe foi feita há alguns meses atrás, o que, provavelmente foi determinante para a sua desistência da disputa.

O PV, que quase teve o vereador Fabiano Piovessan como candidato a governador, vem solo para dar palanque à candidata à presidência da república, Marina Silva.

Igualmente independentes, vêm o PSTU, PSOL, PCB e o PMN, mas a meu ver, muito mais para dar maior visibilidade e publicidade às suas legendas.

Vamos ver se esses partidos que saem independentes, irão negociar apoios no segundo turno.

A partir de terça-feira última e até o dia 03 de outubro, está oficialmente liberada a campanha eleitoral de 2010.

Bem, a sorte está lançada, para os candidatos e para nós eleitores. Perdemos a copa, mas não podemos perder nossas esperanças de que sempre poderemos ter um melhor cenário político, mesmo não sendo unânime.

Mas será que desta vez Santa Catarina terá uma governadora? A possibilidade é grande. O placar, por enquanto nos mostra que as mulheres possuem 66,5% de chances contra 33,5% para a tríplice aliança.

Adicionalmente a este fato, acredito que os filiados e simpatizantes descontentes do PMDB e do PSDB (que não devem ser poucos), migrem para as candidaturas da Ângela e Ideli. Por estes motivos, penso que as chances de uma mulher ser vencedora no pleito deste ano, sejam da ordem de 80%.

O que é certo mesmo é que o próximo governo de SC será de uma tríplice aliança. A convencional (DEM, PMDB e PSDB), ou a “ocasional” (PT, PP e PDT), esta, liderada por uma mulher, eu garanto!

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.

9978-0960
Twitter: @LuizRoberio

terça-feira, 6 de julho de 2010

Como assim? As cidades têm dono?

(Publicado no Jornal Cidadela do dia 02/07/10)



Lógico que têm. É de todos os cidadãos de bem que pagam seus impostos, que nelas votam e que ajudam no seu desenvolvimento com o esforço árduo de seu trabalho. Simples assim.

Então Joaçaba tem dono? Tem sim, mas aí eu vejo essa parada meio sinistra. De direito sim, é minha é sua é NOSSA, mas de fato, será que também nos pertence? E uma coisa nos leva a outra, será que nossas ações cotidianas resultam em mudanças e tendências? Somos nós que decidimos os rumos das coisas nela? Nós temos poder efetivo de mando nela?

Bem, pelo que tenho visto e sentido, infelizmente eu acho que não. Parece haver grandes interesses de grandes grupos que não podem e não querem ser contrariados.

Não sei se você está concordando comigo, mas será que não seria correto imaginarmos que algumas entidades e instituições que se dizem “filantrópicas”, assim como algu-mas empresas que usufruem de doações de terrenos ou outros benefícios públicos, políticos inescrupulosos, empresários gananciosos, as imprensas branca e marrom, que, direta ou indiretamente e há anos tomam as decisões que querem e definem o nosso rumo? Que só pensam em seus próprios umbigos? Que definem quem pode ou não prosperar?

A este grupo eu o denomino de “forças ocultas”, aquelas que agem sem serem vistas. Na verdade aos meus olhos não são tão ocultas assim. Elas têm nome, cara e endereço certo, que, aliás, quando eu tiver a devida comprovação, irei listá-las aqui.

Só que acontece que a constituição federal nos garante o direito de vivermos em uma sociedade livre, justa, solidária e que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Então você realmente acha que é justo “alguens” que não conhecemos ditem as regras das quais a maioria de nós não concordamos? Que tomem as decisões por nós? Acho que não né?

Então veja só, existe uma coisa que é inerente ao ser humano: o sentimento e a necessidade de pertencer a um grupo seja ele religioso, racial, cultural, sexual, geográfico ou social. Isso se chama “pertencimento”, no caso do presente texto, estou querendo me referir ao pertencimento social.

Tal sentimento individual de pertencimento social une os distintos indivíduos e os tornam membros efetivos de uma determinada sociedade, onde os mesmos democraticamente passam a expressar seus valores e cobrar seus direitos, bem como os dá o dever de serem membros partícipes da sociedade em que vivem.

Mas voltando a questão: É isso efetivamente que vêm acontecendo? Veja, se as cidades nos pertencem e temos o direito de opinar e atuar em suas concepções e não o estamos exercendo e deixando as coisas nas mãos dos oportunistas, então o poste está fazendo xixi no cachorro, ao invés do contrário, oras bolas......

Nossas efetivas participações nas decisões só acontecerão quando entendermos que nós todos somos os donos efetivos da cidade em que vivemos. Fazer valer a nossa necessidade básica de pertencimento social. Este entendimento precisa estar intrínseco em nossas mentes para que não mais possamos ser apenas cumpridores de atividades e rotinas, muitas vezes sem nos darmos conta, e estabelecidas por não sabemos quem.

O nosso espaço ocupado indevidamente ao longo dos anos deve voltar TAMBÉM a ser ocupado por nós. Estamos esperando o que?

É, eu sei que você deve estar se perguntando então o que devemos fazer, não é mesmo? Bem o voto consciente e responsável, sem dúvida, é a nossa maior arma para resolvermos a questão política, mas o que fazermos com as outras forças ocultas que não são políticas?

Bah! Aí o bicho pega! Sinceramente não sei res-ponder, e nem sei se existe reposta certa e definitiva para isso, mas ficarmos na zona de conforto esperando que alguém resolva nossos problemas ou que decidam por nós, com certeza não é ao melhor caminho. Quem sabe a mobilização popular e de forma organizada em associações de bairros (desde que não estejam politizadas), organizações não-governamentais (ONG`s), associações de pais e professores (APP`s), clubes de serviços, sindicatos e associações de classes e sindicais? Isso tudo e a não omissão me parece ser um primeiro caminho.

Outra sugestão, mas não tão simples é identificarmos essas forças ocultas e procurar sermos parceiros delas para crescermos juntos e de forma harmônica, e, não sendo possível, boicotá-las se for necessário.

Seria utopia o meu pensamento? Uma coisa inatingível e absurda? Tenho convicção que não, assim como igualmente tenho a convicção de que qualquer cidadão tem o direito a viver e não tão simplesmente morar em Joaçaba, pois como visto, é prerrogativa constitucional de todos nós. É um direito nosso, logo temos sim o direito de participarmos nas decisões desta cidade, já que a nós nos pertence, SEM EXCEÇÃO!

Bem, enquanto nada de efetivo fizermos, as forças ocultas continuarão sendo as ervas daninhas querendo mandar no florido jardim da democracia.

É, eu sei, a frase ficou clichê, mas está errada? Creio que não.

Então concluindo, Joaçaba não seria só um jardim caso os buracos de suas ruas fossem flores, mas é um belo jardim de fato pelo seu povo positivo, ordeiro e feliz, apesar dos pesares.

Luiz Robério F. DiasArquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.

9978-0960 ou luizroberio@globo.com
Twitter: @LuizRoberio