quarta-feira, 14 de julho de 2010

Será que desta vez Santa Catarina terá uma governadora?

(Publicado no Jornal Cidadela de 08/07/2010)

Nunca na história desse estado tivemos uma mulher como a chefe maior do executivo estadual. Agora, e depois de meses de negociações (ou negociatas?), especulações, disses-me-disses, nomes que eram cabeças de chapas e depois não mais, cenário que apontava cinco grandes candidatos separados, enfim, no dia 5 último definiu-se o cenário político das eleições em Santa Catarina.

Ângela Amin (PP), Ideli Salvatti (PT), e Raimundo Colombo (DEM), em uma nova versão da tríplice aliança, são os principais concorrentes, no entanto ao todo teremos oito candidatos e o quadro geral assim ficou definido:

Coligações:
• “As Pessoas em Primeiro Lugar”
DEM, PMDB, PSDB, PPS, PSC, PTB, PTC, PSL, PRT
Governador: Raimundo Colombo (DEM)
Vice: Eduardo Pinho Moreira (PMDB)

• “A Favor de Santa Catarina”
PT, PR, PRB, PC do B, PSB, PHS, PRTB, PPL, PSDC
Governadora: Ideli Salvatti (PT)
Vice: Guido Bretzke (PR)

• “Aliança com Santa Catarina”
PP, PDT e PT do B
Governadora: Ângela Amin (PP)
Vice: Manoel Dias (PDT)

Chapas puras:
• PV
Governador: Rogério Novaes
Vice: Guaraci Fagundes

• PSTU
Governador: Gilmar Salgado
Vice: Rosangela Barreiros Rosa

• PSOL
Governador: Valmir Martins
Vice: Marcos Alves Soares

• PCB
Governador: Amadeu Hercílio da Luz
Vice: Valdelir Luiz

• PMN
Governador: Carmelito Smieguel
Vice: Nivio Nogueira Theodoro

Podemos observar que mais uma vez os ditos partidos “grandes” renegaram suas ideologias políticas dando espaço novamente às coligações “franksteinianas” misturando alhos com bugalhos, ou seja, partidos de esquerda com direita, partidos que ora são opositores e agora juntos, embolados e misturados, como se diz na gíria, visando tão somente estar no poder criando verdadeiros clusters na administração, ao invés de efetivamente ser o poder.

Em relação a coligações, minha posição pessoal para que você saiba, é que um partido deve concorrer com chapa pura exercendo e disseminando suas idéias, tendências e ideologias, como já fora um dia. Tolero coligações com partidos que se afinam na mesma linha, como por exemplo, os de direita, os de esquerda com os de esquerda, e os de centro com os de centro. Isso é básico.

Vejo que o maior vencedor desta primeira etapa, sem dúvida alguma, foi o Raimundo Colombo, pois conseguiu impor sua vontade de ser candidato ao governo do estado, e, principalmente por ter conseguido reeditar a tríplice aliança.

O PMDB do vice Eduardo Pinho Moreira que protagonizou uma discussão sobre uma possível falta de ética e fidelidade ao seu partido nas últimas semanas, entra na disputa, para variar, rachado. É por isso, que de uma forma ou de outra, o PMDB sempre “está” nos governos.

A candidata Ângela Amin do PP liderou praticamente todas as pesquisas até as definições das chapas. Fico curioso para saber qual(is) o(s) motivo(s) para que o PP tenha aglutinado um diminuto número de partidos em sua coligação. Vamos ver se a candidata Ângela conseguirá manter esse desempenho preliminar até as eleições.

Já o PT catarinense, vem na onda do Lula e da Dilma, movido a fome zero, PAC`s e etc. A ex-líder do governo no senado e candidata Ideli Salvatti, possivelmente estará junto com a Ângela num eventual segundo turno.

Em relação ao PSDB do atual governador, rodou e saiu da pista ficando (rachado) como coadjuvante na tríplice aliança, possivelmente em função do Pavan ter sido acusado de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional que lhe foi feita há alguns meses atrás, o que, provavelmente foi determinante para a sua desistência da disputa.

O PV, que quase teve o vereador Fabiano Piovessan como candidato a governador, vem solo para dar palanque à candidata à presidência da república, Marina Silva.

Igualmente independentes, vêm o PSTU, PSOL, PCB e o PMN, mas a meu ver, muito mais para dar maior visibilidade e publicidade às suas legendas.

Vamos ver se esses partidos que saem independentes, irão negociar apoios no segundo turno.

A partir de terça-feira última e até o dia 03 de outubro, está oficialmente liberada a campanha eleitoral de 2010.

Bem, a sorte está lançada, para os candidatos e para nós eleitores. Perdemos a copa, mas não podemos perder nossas esperanças de que sempre poderemos ter um melhor cenário político, mesmo não sendo unânime.

Mas será que desta vez Santa Catarina terá uma governadora? A possibilidade é grande. O placar, por enquanto nos mostra que as mulheres possuem 66,5% de chances contra 33,5% para a tríplice aliança.

Adicionalmente a este fato, acredito que os filiados e simpatizantes descontentes do PMDB e do PSDB (que não devem ser poucos), migrem para as candidaturas da Ângela e Ideli. Por estes motivos, penso que as chances de uma mulher ser vencedora no pleito deste ano, sejam da ordem de 80%.

O que é certo mesmo é que o próximo governo de SC será de uma tríplice aliança. A convencional (DEM, PMDB e PSDB), ou a “ocasional” (PT, PP e PDT), esta, liderada por uma mulher, eu garanto!

Luiz Robério F. Dias
Arquiteto e um interessado pacato cidadão de bem.

9978-0960
Twitter: @LuizRoberio

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